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Onde ficam nossos silêncios quando não expressamos o que sentimos?

Campanha Setembro Amarelo

14/09/2024 às 08h19
Por: Agenda News PE
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Onde ficam nossos silêncios quando não expressamos o que sentimos?

A pergunta é da personagem Mafalda, do cartunista argentino Quino. Mas uma questão semelhante foi levantada por Friedrich Herbar: 
- Onde estão os pensamentos que não estão na nossa mente nesse momento? Em 1871 Freud lê Herbar, o que contribuiu significamente para a inauguração da psicanálise.  - No inconsciente! Seria uma resposta freudiana, tendo em vista que para a psicanálise o inconsciente não está acessível à consciência, figurando como uma espécie de depósito de conteúdos que integra desejos, impulsos, emoções e memórias que não estão disponíveis para a consciência imediata. O pai da psicanálise também acreditava que o inconsciente protege o sujeito de informações que seriam dolorosas ou ameaçadoras. 

O facto é que há um hiância entre o pensar e o sentir, nesse intervalo o silêncio pode ser manifesto. Há silêncios terapêuticos, necessários, responsivos e que podem servir como forma de introspecção, um modo de elaboração do sentir, do luto, das questões que afetam o sujeito.... um olhar para dentro, talvez uma saída (para dentro) num processo de percepção do que estar a sentir naquele momento. E isso é terapêutico.
Mas há silêncios acumulados, engolidos, silêncio de dores que caminham para um lugar mais profundo, para dentro e podem se transformar em algo muito maior, como um adoecimento, uma angústia. Para esse tipo de silêncio urge uma atenção.

Nesses silêncios, onde se somam outros silêncios, cujas emoções e sentimentos são guardados, jogados para nossas gavetas psíquicas é que pode habitar o perigo.   O convite para esse período, no setembro amarelo – mês da prevenção ao suicídio, é uma provocação. A fala e a escuta são formas de enfrentar o adoecimento psíquico, este é o maior causador do suicídio. A angústia é o ponto nodal, muitas doenças partem da angústia. Assim, ao falar, o sujeito além de compartilhar sua angústia, escuta-se. Ao escutar sua dor, o sujeito a valida, e algo se move por dentro... é o início da cura.  Se precisar, peça ajuda! A campanha Setembro Amarelo® salva vidas!

Elisângela Sobral
Psicanalista/Sexóloga
Espaço Singular – Psicanálise Clínica
(81) 9. 8787 6162

Mentalidade Saudável
Sobre o blog/coluna
Elisangela Sobral é psicanalista e sexóloga com mestrado, atuando como clínica, supervisora e docente no Instituto Lótus de Psicanálise. Além disso, possui especializações em Grupos Terapêuticos, Gestão de Pessoas e Psicologia Social. Ela é gestora de consultório de Psicanálise Clínica, ministra palestras e facilita grupos terapêuticos, demonstrando um compromisso sólido com a saúde mental e o compartilhamento de conhecimento.
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