Vassourinhas do Recife puxa o 1º Arrastão do Frevo do novo ano

O Frevo não convida, arrasta. E a primeira agenda do ano do Paço do Frevo tinha que ser com ele: o Arrastão do Frevo. Neste domingo, 5 de janeiro, a festa que dá boas-vindas a 2025 será comandada pelo Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas do Recife, dono do hino mais amado de todos os carnavais e na véspera de seu aniversário de 136 anos. O encontro tem concentração às 15h30, em frente ao museu, e o cortejo segue pelas ruas do Bairro do Recife a partir das 16h, com acesso gratuito.

O desfile será puxado pela Independente Frevo Orquestra, que trará clássicos do ritmo encabeçados, claro, pela "Marcha Nº 1". Passistas da Cia de Frevo do Recife convidam o público a entrar na folia na estreia do Vassourinhas no Arrastão do Paço, agremiação que, há muitas décadas, é celebrada como uma lenda do Carnaval pelo Brasil ao apresentar a força da nossa manifestação.

Como em 1951, quando, heroicamente, levou o Frevo de navio ao Rio de Janeiro e fez a capital federal da época se render à alegria contagiante do ritmo. E com direito à parada na Bahia que influenciou a criação do trio de Dodô e Osmar com seu Frevo eletrificado. Esse fato marcante, aliás, pode ser conferido dentro do museu, antes do início do Arrastão, em visita à exposição "Mancha de Dendê Não Sai - Moraes Moreira", sucesso em cartaz desde setembro passado.

SOBRE O VASSOURINHAS - Texto do jornalista e pesquisador José Teles aponta várias versões para o nascimento do clube. "Mas a que se considera a mais próxima da verdade, pela riqueza em detalhes, é a de Nô Pavão, que foi presidente do Vassourinhas na 1ª década do século 20. A maneira como surgiu o Vassourinhas, afirma ele, foi que Andrade, alfaiate e outros, quando terminavam o trabalho, ao meio-dia, iam fazer a farra na Adega Portuguesa, esquina do Beco do Sarapatel com o Pátio do Carmo. Aos domingos, muitos compareciam para farrear na casa de Andrade, e em uma dessas farras, apareceu a ideia de formar um clube. Na discussão sobre seu nome veio o de Vassourão. E houve protestos, não servia. Prosseguiram na busca do nome ideal, tendo então aparecido outros nomes, logo rejeitados, mas alguém pegou numa vassoura e propôs o nome de Vassoura, que soou mal, sem dúvida, quando em seguida uma pessoa disse Vassourinhas, que agradou e foi aprovado."