O Espaço de Acolhimento e Cuidado de Pessoas Trans e Travestis do Hospital das Clínicas da UFPE completou uma década de atuação, em outubro passado, e para relembrar a data promove o Fórum “Avanços e desafios no cuidado integral em saúde para a população trans”, na próxima quarta-feira (18), das 8h30 às 16h30, no auditório do Departamento de Enfermagem (em frente à portaria 1), sem necessidade de inscrição prévia. O HC-UFPE é uma unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
O HC foi um dos cinco primeiros serviços de saúde nacionais a ofertar procedimentos cirúrgicos e não cirúrgicos de modificação corporal para a população trans e travesti do Brasil. “Nosso serviço é um espaço de acolhimento a essas pessoas de forma integral. Mais do que a questão cirúrgica, a gente vê a questão psicológica, social e econômica. Trabalhamos em grupos com reflexões de temas que atravessam a transexualidade como a violência, o preconceito, a relação com a família e a questão da empregabilidade, por exemplo”, destaca a coordenadora do Espaço Trans.
O Fórum contará com mesa de debate (“O olhar da equipe multiprofissional”, mostra de produções acadêmicas (dissertação, tese e artigo relativo ao Espaço Trans), a roda de diálogo “Troca de experiências entre a rede de serviços de saúde para a população LGBT de Pernambuco”), lançamento da Cartilha elaborada pelo Espaço Trans para trabalhadores do HC, mostra artística das pessoas atendidas no ambulatório e homenagens.
“Somos referência em cirurgia no Norte/Nordeste com o histórico de realização de 90 procedimentos de redesignação sexual (do masculino para o feminino) e 38 colocações de próteses mamárias em mulheres trans, 37 cirurgias de mamoplastia masculinizadora e três de histerectomia (remoção cirúrgica do útero, que também pode incluir a retirada das tubas uterinas e ovários) para homens trans, entre outras. Atualmente, atendemos a 426 pessoas que aguardam por algum procedimento cirúrgico”, explica Paula Azevedo.