A Procuradoria Geral do Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) vai enviar ao Ministério Público de Pernambuco, até o fim desta semana, um relatório sobre os problemas identificados pela autarquia no Serviço de Pronto Atendimento (SPA) de Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Uma fiscalização realizada na última quinta-feira (19) revelou um cenário alarmante de precariedade, que coloca em risco tanto os profissionais quanto os pacientes. Entre as principais irregularidades constatadas estão diversos problemas estruturais, déficit de profissionais e a presença de medicamentos e materiais vencidos. Durante a fiscalização, não havia enfermeiro disponível para realizar a triagem dos pacientes, sendo necessário fechar a classificação de risco.
A situação da unidade é crítica. O setor de pediatria funciona de forma improvisada, com apenas dois leitos temporários. Além disso, não há checklist de controle dos materiais e das medicações, e foram encontrados medicamentos vencidos, entre eles 25 ampolas de adrenalina. A infraestrutura também apresenta problemas. Salas desativadas, produtos armazenados sem tampa, ausência de identificação em medicamentos de alta vigilância, além de extintores de incêndio vazios ou vencidos. O ambiente ainda apresentava condições sanitárias precárias, com grande infestação de mosquitos, mofo e infiltrações.
Durante a fiscalização, os representantes do Coren-PE identificaram ainda que o setor de emergência não contava com o controle adequado do carro de parada nem dos materiais de urgência, que estavam sem identificação de validade e quantidade. Na área do Centro de Material e Esterilização (CME), os técnicos atuavam sozinhos, sem supervisão de enfermeiros, e o fluxo da área cruzava diretamente com a copa da unidade, comprometendo o controle de infecções.
O levantamento realizado pelo Coren-PE apontou ainda graves problemas no serviço de transporte da unidade. O SPA de Olinda conta com duas ambulâncias, que pertencem à empresa terceirizada Safety Med, porém, uma delas estava quebrada e fora de operação, restando apenas uma disponível para atendimento. A situação se agrava ainda mais pelo fato de que, durante a inspeção, foram encontrados medicamentos e materiais vencidos dentro da ambulância em uso, comprometendo a segurança dos pacientes transportados.
A situação torna-se ainda mais preocupante considerando que o SPA de Olinda atende uma alta demanda da população, especialmente em períodos sazonais. O Coren-PE informou ainda que além de notificar o MPPE, vai propor, junto a Secretaria de Saúde de Olinda, uma reunião de conciliação, na tentativa de sanar os problemas de forma administrativa. Além disso, o Conselho seguirá monitorando a unidade e cobrando providências dos órgãos competentes para garantir a segurança na assistência e as condições de trabalho dos profissionais de enfermagem.
Mín. 22° Máx. 27°