E se fosse possível materializar a saudade, a nossa história, as nossas memórias, especialmente as da infância? A arte tem esse poder. O Museu do Estado de Pernambuco se prepara para receber uma das maiores exposições de um artista pernambucano, que está radicado na França há 32 anos e é aclamado por críticos e curadores de diversas exposições em todo o mundo. Jaildo Marinho, que é natural de Santa Maria da Boa Vista, está produzindo 25 obras inéditas, que irão contar muito de nossa ancestralidade em pinturas e esculturas feitas com mármore, granito, madeira, couro, sebo e chifres de boi.
A mostra Metamorfismo irá acontecer de 10 de julho a 10 de agosto, com entrada franca, sendo uma realização do Porto Cultural, com apoio do Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura e patrocínio cultural da BRF. Sob a curadoria do jornalista e escritor Mário Hélio Gomes e direção geral de Will Albuquerque, a exposição irá criar um diálogo entre a arquitetura histórica do museu e a contemporaneidade das obras expostas. É também uma oportunidade rara para o público pernambucano conhecer de perto a trajetória e a pesquisa estética de um artista cujas obras integram coleções públicas e privadas em cidades da Europa, da Ásia, dos Estados Unidos e da América Latina.
“Voltar ao Recife com uma exposição individual é muito especial para mim. É como se fechasse um ciclo e, ao mesmo tempo, abrisse novos caminhos. Essa mostra é uma celebração das minhas raízes e da minha trajetória artística. Eu saí de Recife para conhecer o mundo aos 22 anos. Agora, estou retornando e quero mostrar o meu quintal, o trabalho artesanal das minhas origens”, afirma Jaildo.
O curador Mário Hélio detalha a exposição: “plasmada em mais de vinte obras, Metamorfismo combina dois aspectos principais: um externo, perceptível, visível a qualquer espectador: esculturas, pinturas, instalação, em que a matéria fala aos sentidos. Outro, interno, entranhado, de sentido – implicada esta palavra tanto no significado quanto no sentimento. A memória e os seus materiais. O tempo passado se representa no espaço do mármore do sabão, da madeira. O dinamismo e a transformação que ocorrem dentro da matéria também se processam no artista, como uma nova forma de cristalização.”
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