Com a proximidade do lançamento do filme “Nosso Sonho”, que conta a vida da dupla de cantores, Claudinho & Buchecha, lembrei de um episódio pitoresco, engraçado e assustador que vivi em 2013. Essa é uma daquelas histórias que você conta sorrindo depois, mas que, na hora, foi bem assustadora. Eu saía do Recife, em um voo tranquilo e calmo, rumo à Florianópolis, em Santa Catarina, para curtir uma semaninha de férias. Antes de chegar ao destino, faria uma escala em Brasília, onde duas amigas embarcariam para seguirmos viagem juntas, no mesmo voo.
Sentamos lado a lado, eufóricas, felizes e super animadas, em um avião lotado. Risos, músicas compartilhadas e planos para os próximos dias em Floripa eram a pauta da viagem. Faltando uns 20 ou 30 minutos para o pouso, senti uma pequena turbulência. Todos os alertas do meu corpo já se ativaram automaticamente: pupilas dilatadas, coração palpitando, sensação que a alma está saindo do corpo, sudorese... e por aí vai. Quem me conhece bem, sabe que nunca estarei plena e tranquila dentro de um avião, a não ser que eu esteja medicada.
Pois bem, depois disso, fomos atacadas por uma verdadeira avalanche de turbulências e trepidações. Era um tal de despencar e estabilizar, igual a uma montanha-russa, que o meu coração, claro, já “estava na boca”. Uma das minhas amigas, já sabendo do meu pavor, tentava me acalmar dizendo palavras consoladoras. Foi aí, que para o meu desespero total, a outra amiga pediu as minhas mãos para que juntas pudéssemos começar a rezar. Nessa hora, eu, pós-graduada em drama, já me via dentro de um caixão, sendo enterrada e com as pessoas comentando em volta: “coitada! Tão nova! Não merecia morrer assim”.
Estávamos passando por uma tempestade do lado de fora do avião e a pior de todas: um tsunami dentro de mim que acendeu todas as minhas memórias, e trouxe à tona um misto de pânico, raiva, mágoas, alegrias e alvoroço. Tudo junto. Em fragmentos de segundos.
O avião finalmente aterrissou em segurança. Estáticas, deixamos quase todos os passageiros saírem da aeronave, enquanto ainda nos recompúnhamos. Foi nessa hora que Buchecha, o cantor, passou ao nosso lado, pleno e com aquele sorrisinho que lhe é característico, carregando uma malinha de mão, como se absolutamente nada tivesse acontecido. Eu e minhas amigas nos olhamos por alguns segundos e caímos na gargalhada, pois se o avião tivesse realmente caído, jamais saberiam quem éramos nós. Para o tal fato, os jornais sempre se lembrariam do “avião sem asa” do cantor Buchecha.
Ah! O filme “Nosso Sonho” estreia na quinta-feira, dia 21 de setembro, em todos os cinemas do Brasil. Valorize o cinema brasileiro! Marque presença logo nas primeiras sessões para garantir que o filme fique em cartaz por mais tempo. Afinal, o Buchecha “quer te encontrar”, e, ainda bem que, dessa vez, é em terra firme.
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